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Chita de Alcobaça
As Chitas transportam consigo um intenso e frutuoso diálogo entre a Europa e a Índia, numa história que tem já mais de 500 anos. A produção das Chitas – tecidos de algodão estampados – foi muito combatida em toda a Europa, chegando mesmo a ser proibida. A partir do final do século XVIII, a força dessas proibições abrandou, dando origem à sua produção em Génova (mezzari) Provença (indiennes) e Portugal.
“A primeira manufatura de impressão sobre algodão, em Portugal, nasce da associação de um inglês com um holandês em 1690. Na Europa esta manufatura era já praticada em países como a Inglaterra, França, Holanda e Alemanha. Crê-se, todavia, que a tradição dos panos de Alcobaça remonte ao século XV. Contudo, naquela vila cisterciense a primeira fábrica foi fundada em 1774 por iniciativa privada, que em 1779 passa para a alçada da Junta da Administração das Fábricas do Reino. De finais do século XVIII ao último quartel do século seguinte são vários os projetos para a instalação de fábricas na vila e a criação de algumas que ora faliram, ora foram transferidas para outras regiões, nomeadamente Tomar. Em 1875 funda-se a Companhia de Fiação e Tecidos de Alcobaça que irá sobreviver até meados do século XX.
A indústria de estamparia nacional assumiu uma importante fatia das exportações portuguesas nos séculos XVIII e XIX. “O mercado brasileiro servia de escoadoiro a uma parte considerável da produção nacional”, lê-se no catálogo da exposição. Em 1785 é mesmo publicado um decreto que proíbe o estabelecimento de manufaturas no Brasil por forma a estimular a produção da metrópole e minimizar a concorrência inglesa. Mais tarde, D. João V abriria os portos brasileiros “a todas as nações amigas” pondo fim ao monopólio português.” (in Suplemento do JL, N.º 819, Ano XXI)